quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Estufa Fria

Finalmente uma notícia sobre o assunto (já passaram 6 meses), não se fica a saber grande coisa, mas sempre é melhor do que nada.


Mas lá vem novamente a palavra que me faz tremer: revitalização.

A Nogueira negra da minha janela

Juglans nigra

Afinal, quem é que inventou o Outono?

Novas pistas.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Delphinium


Aviso à navegação

Diz-me o sitemeter (esse grande abelhudo) que houve alguém que aqui chegou com a seguinte dúvida: "Quem é que inventou o Outono?"

Eu não fui.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Na Praça da Alegria



No Campo das Cebolas


Chorisia speciosa

sábado, 26 de setembro de 2009

Glossário botânico


Ficus superba

Caulifloria . Particularidade, que algumas plantas apresentam, de florir nos ramos mais antigos e não apenas nos ramos jovens como é habitual.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Lisboa hoje

Está tão, tão bonita...

Os paraísos artificiais



Na minha terra,não há terra, há ruas;
mesmo as colinas são de prédios altos
com renda muito mais alta.

Na minha terra, não há árvores nem flores.
As flores,tão escassas, dos jardins mudam ao mês,
e a Câmara tem máquinas especialíssimas para desenraizar as árvores.

Os cânticos das aves - não há cânticos,
mas só canários de 3.ºandar e papagaios de 5.º.
E a música do vento é frio nos pardieiros.

Na minha terra, porém, não há pardieiros,
que são todos na Pérsia ou na China,
ou em países inefáveis.

A minha terra não é inefável.
A vida da minha terra é que é inefável.
Inefável é o que não pode ser dito.

Jorge de Sena

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Atormentada


Metrosidero excelsa . Jardim Botânico da Universidade de Lisboa

Certas árvores são como eu.

There was a Railroad...




Now it´s all covered with flowers...


The High Line é a prova de que, ainda, vale a pena sonhar.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Dia da Árvore



, originally uploaded by zenog.

Hoje, no Brasil, é o Dia da Árvore. Noto sempre neste dia uma afluência invulgar de visitantes brasileiros. Os brasileiros gostam a sério de árvores, conhecem-lhes os nomes, travam batalhas em nome das florestas e têm as árvores mais bonitas do mundo.

Nesta (a grande Sumaúma do Jardim Botânico do Rio de Janeiro) também já me perdi, mas nunca a consegui fotografar como o Zenog consegue sempre.

domingo, 20 de setembro de 2009

Em Lisboa

Chorisia speciosa

sábado, 19 de setembro de 2009

Naked lady



Amaryllis belladonna L.

Setembro, já se sabe, é o mês delas.

Para que conste

Eu gosto de plantas, não porque as perceba, mas precisamente porque enquanto não as percebo, são um mistério delicioso.

Palmeiras

Se não me engano, esta aqui em baixo é a primeira Palmeira que entra neste blog. Não deixa de ser curioso, já que durante muito tempo foram as minhas árvores preferidas.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Jardins de Lisboa


Janelas Verdes

O Jardim Romântico


Jardim de Santos



O Jardim é um dos principais elementos do romantismo. O sonho, a sua ferramenta principal. 

O Jardim Romântico recusa a simplicidade e rigidez da geometria neoclássica e, não sem alguma soberba, aventura-se a reinventar a natureza e o exotismo de acordo com as exigências de um homem que se pretende, livre, aventureiro, culto, viajado, e sonhador: O romântico 

O Jardim Romântico não procura a harmonia, mas a intensidade e o dramatismo. Tentar, seja lá como for, organizar um Jardim Romântico, é retirar-lhe a sua característica essencial: O romantismo. 

Destruir um Jardim Romântico é como destruir um sonho. Fácil e, aparentemente, pouco violento, mas, convém dizê-lo, irreversível.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Nomes


Tipuana tipu


Por mais voltas que dê, não consigo entender a razão, havendo alguma, que levou o João Gomes da Silva (o arquitecto paisagista com um nome perfeitamente vulgar que eu até tinha em alguma consideração) a referir-se às Tipuanas do jardim de Santos, como: "árvores com nomes estranhos".

Não seria tão grave, se, simultaneamente, o arquitecto paisagista com um nome perfeitamente vulgar que eu até tinha em alguma consideração, não tivesse ... esquecido?... que as mesmas Tipuanas são Árvores Classificadas de Interesse Público.


quarta-feira, 16 de setembro de 2009

O que é que vos deu?

Nunca tive tantas visitas como hoje.

Imprescindível

Origanum vulgare

Os Orégãos são, segundo lendas gregas, uma dádiva divina (da deusa do amor - Afrodite) à humanidade. Ficaram desde então associados ao amor, à alegria e à fertilidade.

Para mim, quase todas as ervas aromáticas são sinónimos de alegria, algumas mais do que outras. Esta que utilizo seca (não levo muito a sério a nova onda dos Orégãos frescos) e trago todos os anos do Alentejo, é talvez a mais feliz de todas.

Só mais uma coisinha: Apesar de secos, os Orégãos devem ser verdes, se ficam com uma cor indefinida, é sinal de que tenho de voltar ao Alentejo.

Ideias com flores



Mais uma ideia.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

O segredo do figo

Ficus carica
Cada fruta tem o seu segredo.
O figo é uma fruta muito secreta.

As árvores do género Ficus, ao qual pertencem as nossas figueiras, mas também algumas das mais espantosas árvores do mundo, reproduzem-se de uma forma totalmente desconcertante para quem não está familiarizado com estes mistérios da vida privada das árvores.

A flor (inflorescência para ser mais exacta) das Ficus floresce escondida no interior da cápsula carnuda a que vulgarmente chamamos figo (sicónio), - "Florescendo toda para dentro com suas fibras matriciais;". A polinização, necessária para que a flor se transforme no fruto, é feita por uma pequena vespa que entra pelo orifício aberto na base da cápsula,- "Apenas uma estreita via de acesso, cortinas corridas diante da luz;" - lá dentro (e não querendo entrar em muitos pormenores), o insecto deposita os ovos, morre, nascem larvas (sim, larvas!), desenvolvem-se, polinizam e partem para as suas vidas. só nessa altura o sicónio (figo) pode iniciar o seu processo de maturação -" Até que a gota da maturidade exsude,
E o ano chegue ao fim." - e transformar-se no fruto (na verdade uma infrutescência).

"Era uma flor que brotava para dentro, para a matriz;
Agora é uma fruta, a matriz madura."


Figos


figos, originally uploaded by contemplar.


A maneira correcta de comer um figo à mesa
É parti-Io em quatro, pegando no pedúnculo,
E abri-Io para dele fazer uma flor de mel, brilhante, rósea, húmida,
desabrochada em quatro espessas pétalas.

Depois põe-se de lado a casca
Que é como um cálice quadrissépalo,
E colhe-se a flor com os lábios.

Mas a maneira vulgar
É pôr a boca na fenda, e de um sorvo só aspirar toda a carne.

Cada fruta tem o seu segredo.
O figo é uma fruta muito secreta.
Quando se vê como desponta direito, sente-se logo que é simbólico:
Parece masculino.
Mas quando se conhece melhor, pensa-se como os romanos que é
uma fruta feminina.

Os italianos apelidam de figo os órgãos sexuais da fêmea:
A fenda, o yoni,
Magnífica via húmida que conduz ao centro.
Enredada,
Inflectida,
Florescendo toda para dentro com suas fibras matriciais;
Com um orifício apenas.

O figo, a ferradura, a flor da abóbora.
Símbolos.

Era uma flor que brotava para dentro, para a matriz;
Agora é uma fruta, a matriz madura.

Foi sempre um segredo.
E assim deveria ser, a fêmea deveria manter-se para sempre
secreta.

Nunca foi evidente, expandida num galho
Como outras flores, numa revelação de pétalas;
Rosa-prateado das flores do pessegueiro, verde vidraria veneziana
das flores da nespereira e da sorveira,
Taças de vinho pouco profundas em curtos caules túmidos,
Clara promessa do paraíso:
Ao espinheiro florido! À Revelação!
A corajosa, a aventurosa rosácea.

Dobrado sobre si mesmo, indizível segredo,
A seiva leitosa que coalha o leite quando se faz a ricotta,
Seiva tão estranhamente impregnando os dedos que afugenta as
próprias cabras;
Dobrado sobre si mesmo, velado como uma mulher muçulmana,
A nudez oculta, a floração para sempre invisível,

Apenas uma estreita via de acesso, cortinas corridas diante da luz;
Figo, fruta do mistério feminino, escondida e intima,
Fruta do Mediterrâneo com tua nudez coberta,
Onde tudo se passa no invisível, floração e fecundação, e maturação
Na intimidade mais profunda, que nenhuns olhos conseguem
devassar
Antes que tudo acabe, e demasiado madura te abras entregando
a alma.

Até que a gota da maturidade exsude,
E o ano chegue ao fim.

O figo guardou muito tempo o seu segredo.
Então abre-se e vê-se o escarlate através da fenda.
E o figo está completo, fechou-se o ano.

Assim morre o figo, revelando o carmesim através da fenda púrpura
Como uma ferida, a exposição do segredo à luz do dia.
Como uma prostituta, a fruta aberta mostra o segredo.

Assim também morrem as mulheres.


Demasiado maduro, esgotou-se o ano,
O ano das nossas mulheres.
Demasiado maduro, esgotou-se o ano das nossas mulheres.
Foi desvendado o segredo.
E em breve tudo estará podre.

Demasiado maduro, esgotou-se o ano das nossas mulheres.

Quando no seu espírito Eva soube que estava nua
Coseu folhas de figueira para si e para o homem.
Sempre estivera nua,
Mas nunca se importara com isso antes da maçã da ciência.

Soube-o no seu espírito, e coseu folhas de figueira.
E desde então as mulheres não pararam de coser.
Agora bordam, não para esconder, mas para adornar o figo aberto.

Têm agora mais que nunca a sua nudez no espírito,
E não hão-de nunca deixar que o esqueçamos.


Agora, o segredo
Tornou-se uma afirmação através dos lábios húmidos e escarlates
Que riem perante a indignação do Senhor.

Pois quê, bom Deus! gritam as mulheres.
Muito tempo guardámos o nosso segredo.
Somos um figo maduro.
Deixa-nos abrir em afirmação.

Elas esquecem que os figos maduros não se ocultam.
Os figos maduros não se ocultam.
Figos branco-mel do Norte, negros figos de entranhas escarlates do Sul.
Os figos maduros não se ocultam, não se ocultam sob nenhum clima.
Que fazer então quando todas as mulheres do mundo se abrirem na
sua afirmação?
Quando os figos abertos se não ocultarem?



D. H. Lawrence . Tradução, Herberto Helder

domingo, 13 de setembro de 2009

Tu és a terra

Tu és a terra em que pouso.
Macia, suave, terna, e dura o quanto baste
a que teus braços como tuas pernas
tenham de amor a força que me abraça.

És também pedra qual a terra às vezes
contra que nas arestas me lacero e firo,
mas de musgo coberta refrescando
as próprias chagas de existir contigo.

E sombra de árvores, e flores e frutos,
rendidos a meu gosto e meu sabor.
E uma água cristalina e murmurante
que me segreda só de amor no mundo.

És a terra em que pouso. Não paisagem,
não Madre Terra nem raptada ninfa
de bosques e montanhas. Terra humana
em que me pouso inteiro e para sempre.

Jorge de Sena . Londres 15 . 03 . 1973

sábado, 12 de setembro de 2009

Para desanuviar




Haemanthus coccineus L.

Filho de peixe...

Hoje, regressei a Lisboa - contrariada, convém dizer -. Passei pelo Jardim de Santos, e expliquei à minha filha (9 anos) que queriam construir uma casa em cima de uma daquelas grandes árvores. Esperava, sinceramente, uma reacção diferente, mas a verdade é que ela disse: "só pensam em construir" e mais nada!

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

O Jardim de Santos

CIDADANIA LX: A beleza natural do Jardim de Santos

E já agora...


Realmente, quem não consegue, no Jardim de Santos, animar-se com as espantosas Tipuanas classificadas (oito!), vai-se animar, com quê?

Pois...

Nem sei muito bem o que dizer disto. É ler, tudo, o que a Susana escreveu.

Depois de uma visita ao local do crime, logo vejo se há alguma coisa a dizer.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Os deslimites da palavra


Custa-me, não ter palavras para explicar a estas alminhas - que todos os dias tomam o pequeno almoço comigo - que não concordo nada com esta estupidez troglodita, que dá pelo nome de "época de caça às rolas".

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Árvores de Portugal

Porque, acredito - mesmo que não acredite em muito mais - que a relação de um país com as árvores, pode ser a medida da sua grandiosidade ou da sua insignificância.

Porque, para mim, um país sem árvores seria infinitamente mais triste do que um país sem pessoas.

Porque as árvores são capazes de nos fazer acreditar em coisas verdadeiramente espantosas....

Saúdo um blogue, novinho em folha, que promete encantar e onde eu vou, brevemente e muito bem acompanhada, participar.

domingo, 6 de setembro de 2009

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Viver de vagar