domingo, 2 de fevereiro de 2014

A Prímula é a alma do negócio

Florence Bellis em Barnhaven

Alguns negócios têm alma e isso faz com que sejam indestrutíveis mesmo quando a concorrência é feroz. As histórias destas empresas confundem-se com as histórias de vida daqueles que as fizeram e podem ser profundamente inspiradoras para quem sonha com um sistema económico mais justo.

Foi durante a maior crise económica do Sec.XX (a grande depressão nos anos 30) que Florence Bellis, uma pianista falida e sem trabalho, se viu obrigada a ir viver para o estado de Oregon (EUA) num celeiro abandonado que um amigo lhe cedeu. Florence conta que com os últimos 5 dólares que lhe restavam decide encomendar alguns pacotes com sementes de Primula a uma conceituada firma de floricultura inglesa e dedicar-se à produção, hibridação e venda destas flores maravilhosas, que todos os anos nos garantem que o Inverno tem fim. Acredite-se ou não, a verdade é que foi esta decisão aparentemente tresloucada que determinou o resto da sua vida e que tornou possível a criação de um dos viveiros de Prímulas mais antigos e conceituados que existe.

Em 1996 Barnhaven atravessa o atlântico por vontade da própria Florence que -  quando percebe que lhe faltam as forças para continuar a manter  a colecção de flores que durante largos anos desenvolvera e se recusa a ceder as sementes aos ávidos gigantes da indústria de floricultura -  decide enviar as sementes das suas flores para uns amigos ingleses com a breve e clara mensagem:  "Yours – to keep or kill". 

Hoje encontramos a Barhaven de boa saúde em França onde utilizando as técnicas, os ensinamentos e, arrisco-me a dizer, a filosofia da sua fundadora continua a desenvolver, vender e recuperar as mais extraordinárias Prímulas que existem.


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