quinta-feira, 7 de novembro de 2013

O Jardim Botânico, alimento dos poetas...

Estou contente porque o Jardim Botânico da Universidade de Lisboa ganhou, por mérito próprio e de quem nele votou, o orçamento participativo de Lisboa. Espero que o dinheiro do prémio seja utilizado inteligentemente e que a preservação e o bem-estar da colecção viva do jardim seja o seu principal objectivo. Confesso que não me agrada quando oiço falar em infra-estruturas e espaços de lazer, um Jardim Botânico é um espaço privilegiado de aprendizagem e trabalho e não deve (na minha opinião) ser visto como um espaço de lazer. Pode inspirar artistas mas não serve para expor as suas obras, alimenta os poetas mas não é um local ideal para declamar poesia... Num jardim botânico os visitantes devem acima de tudo aprender a conviver e respeitar todos os seres vivos e para isso têm de existir regras. Um jardim botânico não deve ser um espaço de liberdade e lazer para os visitantes, é-o sim (ou deve ser) para as espécies botânicas e animais que o povoam.

E já que estamos entre Metasequoias e Jardins Botânicos...

No Jardim Botânico de Cracóvia
deparei-me com uma árvore Asiática
com o nome de Metasequoia Chinesa – uma bela árvore
com folhas agulha achatadas.
Mas porquê metasequóia – e não apenas uma sequóia normal?

A metasequóia cresce além de si mesma?
Será que se eleva acima das outras árvores?
Até mesmo as plantas começaram a recorrer
ao misterioso jargão
de certos sábios académicos?


Adam Zagajewski . "Jardim Botânico"

Sem comentários: