quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Mau dia


Não és bom, nem és mau: és triste e humano...

Olavo Bilac

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Jardim das Ondas

Fernanda fragateiro e João Gomes da Silva

É um dos jardins mais bem pensados de Lisboa. É muito importante que os jardins sejam (bem) pensados. 

Mais um dia...

Azul.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Princípio e Fundamento

Quem rega com amor não morre.
Rebentam flores.
Os frutos esplendem.
Rompe a semente
tecido vivo.

Quem rega com amor não morre.
Conhece o início
e os fins do tempo.

Quem rega com amor não morre.
Adianta-se à terra
e serve.

Ruy Cinatti . "Corpo-Alma"

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Dia de Gerânios


Geranium molle L.


Pelargonium sp

É grande a confusão entre os dois géneros botânicos, Pelargonium e Geranium, mas na verdade, apesar de pertencerem à mesma família (Geraniaceae) as suas diferenças são evidentes e facilmente detectáveis por qualquer leigo em Botânica. 

Parece que quem armou a confusão foi o Senhor Lineu quando inicialmente os classificou juntos no género Geranium, só mais tarde foi criado o género Pelargonium (Charles L’Héritier  em 1789), e, como o que Lineu uniu, muito dificilmente é separado (sempre disse que existia algo de divino neste Senhor) os Pelargonium continuam - até hoje - a ser vulgarmente chamados, Gerânios. 

Para que não restem dúvidas, as popularíssimas Sardinheiras, tantas vezes chamadas Gerânios, são de facto Pelargónios (Pelargonium sp). 

Quanto às diferenças entre os dois géneros, são - como já disse - muitas e podem ser detectadas até de olhos fechados, já que o cheiro e a textura são muito diferentes. Mas a forma mais fácil de distinguir as plantas é olhando para as respectivas flores, neste caso a simetria e simplicidade das flores dos Geranium, por um lado; e a fantasia quase carnavalesca das flores dos Pelargonium, por outro; são mais que suficientes para qualquer um as reconhecer. 

Bem... Isto tudo para dizer que os bravos Gerânios  (Geranium molle) aproveitaram os dias de sol para dar um ar da sua graça e  anunciar o espectáculo que está para muito breve em todos os prados, caminhos e baldios.


domingo, 22 de fevereiro de 2009

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Ar Livre



sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

A Flor e a Náusea

Uma flor nasceu na rua!
Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego.
Uma flor ainda desbotada
ilude a polícia, rompe o asfalto.
Façam completo silêncio, paralisem os negócios,
garanto que uma flor nasceu.

Sua cor não se percebe.
Suas pétalas não se abrem.
Seu nome não está nos livros.
É feia. Mas é realmente uma flor.

Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da tarde
e lentamente passo a mão nessa forma insegura.
Do lado das montanhas, nuvens maciças avolumam-se.
Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pânico.
É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.


Carlos Drummond de Andrade . do poema "A Flor e a Náusea"

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

A vida secreta das flores



Veronica persica

Há factos da vida secreta das flores, cuja explicação científica, quase me incomoda, e, definitivamente, não me interessa minimamente. Tenho - por exemplo - uma enorme curiosidade em perceber porque é que algumas plantas têm flores gigantes e outras as têm minúsculas mas de uma perfeição fora do normal e com cores estonteantes. Acredito que qualquer especialista em botânica saberia, sem pestanejar, explicar este fenómeno. Não quero nem saber, há segredos que não se devem revelar cientificamente. 

No entanto, não saber o nome desta florzinha, deixa-me em pulgas. Nomear as plantas - mesmo que cientificamente - é sempre uma declaração de amor que em nada perturba a sua vida secreta.

(A Maria passou por cá... E claro, salvou-me o dia.)

Mais um dia...

No campo.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Preparando o Verão



Este ano estou a fazer um jardim em caixas, se resultar, será a única forma de conseguir determinadas flores que não se sujeitam à falta de qualidade do solo do meu jardim. Não tem nada que saber, mas logo que tenha paciência, explico aqui como se faz.

O Flecha

 Nunca tinha visto um avião.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

A Flor de Rómulo


Romulea bulbocodium (L.) Seb. et Mauri

Erva-perlada

Lithospermum diffusum

Desconfio que não estou a ser lá muito católica quando chamo a esta planta Lithospermum em vez de  Lithodora (este sim o nome mais correcto). No entanto, estes dois nomes são sinónimos e ambos nomeiam a milagrosa Erva-das-sete-sangrias. 

O nome em latim, nas suas duas versões, vem do grego lithus (pedra) e pensaria eu que tal nome se devia à facilidade que a lindinha tem de se adaptar a terrenos rochosos, não fosse o nome Lithospermum vir explicar, que as suas sementes* é que são duras como pedras (ou pérolas justificando o nome Erva-perlada).

*Os pequenos frutos lustrosos são excelentes diuréticos segundo diz o Dr. Oliveira Feijão no seu livro “Medicina pelas Plantas” editado em 1962 pela Livraria progresso editora.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Coisas simples e lugares comuns

It's good to work... work hard and prosper
As long as you take time to find...
The simple things
That come without a price

Se este blog tivesse música, era esta.

Azul

Dois dias azuis de Prados e Pervincas...

Vinca difformis
(Congossa; Erva-da-inveja; Pervinca; Vinca)

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Esplerendorosas

Ela: - Existe uma palavra para dizer que uma coisa é assim (os braços muito abertos) colorida e luminosa?
Eu (com a falta de imaginação habitual): - ... Esplendorosa.
Ela (não muito convencida, mas sem mais ninguém a quem recorrer): - Obrigada, é para uma coisa que eu cá sei.

Mais tarde encontrei isto debaixo da almofada:

"As flores são grandes coisas esplerendorosas... (e mais à frente) o que eu quero dizer é que elas (as flores) são uma das coisas mais importantes do mundo para uma mulher que se chama Rosa que é a mãe mais querida do mundo."

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Mais um dia...

Semear


Goivos semeados a semana passada e com a floração marcada lá para o início do Verão

Toca a assinar

Esta rapaziada pretende a Mata Nacional do Choupal intacta. A mim, não me parece que estejam a pedir muito.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Mais um dia...


Blurred night . Sharp morning

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Fatais

Os lugares onde volto sempre

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Salva na beira dos caminhos


Salvia verbenaca
Erva-crista; Jarvão; Salva-dos-caminhos

Em Inglaterra, onde se liga às plantas, o desaparecimento de cerca de uma dúzia de Sálvias silvestres de um prado, foi caso de polícia, considerado terrorismo e notícia nos principais órgãos de comunicação social. Por cá, jamais uma Sálvia seria matéria para notícias, muito menos uma Sálvia silvestre, destas que nascem à beira dos caminhos só para me alegrar as caminhadas (já que ninguém mais parece reparar nelas).


domingo, 8 de fevereiro de 2009

Sálvia de veludo

Salvia leucantha

Mais uma Sálvia, esta é Mexicana e - nem que seja só por isso - com qualidades para entrar directamente na minha lista das plantas inspiradoras do Realismo Fantástico. Claro que a vizinha Salvia divinorum, essa sim, encabeçaria a lista sem grande dificuldade, mas Sálvias dessas nunca encontrei por cá.

O nome em latim Salvia (salvar ou curar) refere as suas qualidades medicinais. O Epíteto Leucantha (com flores brancas) chama a atenção para as flores brancas, a parte roxa é apenas o cálice. É curioso o nome em Inglês para a Sálvia - Sage (sábio)

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Mais um dia...


... De cabeça no ar.

Fields Of Gold

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

A Voz da Tília


Diz-me a tília a cantar: "Eu sou sincera,
Eu sou isto que vês: o sonho, a graça,
Deu ao meu corpo, o vento, quando passa,
Este ar escultural de bayadera...

E de manhã o sol é uma cratera,
Uma serpente de oiro que me enlaça...
Trago nas mãos as mãos da Primavera...
E é para mim que em noites de desgraça

Toca o vento Mozart, triste e solene,
E à minha alma vibrante, posta a nu,
Diz a chuva sonetos de Verlaine..."

E, ao ver-me triste, a tília murmurou:
"Já fui um dia poeta como tu...
Ainda hás de ser tília como eu sou..."

Florbela Espanca . "Charneca em Flor"

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Mais um dia...

... Em que não se aprende nada.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Biblioteca de Jardim


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