segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

No prado


Ali onde o prado do vizinho acaba e começam as minhas árvores, ou talvez, onde as minhas árvores acabam e começa o prado do vizinho. Eu adoro o prado do vizinho, o vizinho não gosta das minhas árvores. Fazem sombra e reclamam alguma da água que ele pretende ser exclusivamente para o prado. As árvores não são queridas por aqui, dizem os meus vizinhos que elas não servem para nada, tenho pena mas sei que foram coisas tristes que os fizeram pensar assim. O prado este ano não foi cultivado, ficou a descansar, é com carinho que o vizinho fala dele "a terra é como os homens também precisa de descanso", e diz "não há nada mais bonito do que a seara" concordo com ele. Há tempos mandou-me tirar as árvores da beira do prado, eu não tirei, comecei a olhar mais para o prado, reparei que não tem produzido menos fardos de palha nem está menos bonito, desconfio que mais cedo ou mais tarde o vizinho se vai habituar a elas e - quem sabe - gostar de as ter por perto.Porque os Homens são como a terra e também precisam de descanso.

1 comentário:

bettips disse...

Arvores a bordejar um prado onde se pode correr...ah, nunca as deixes!
Bjinho